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sexta-feira, 27 de janeiro de 2012

DO TAO AO DRAGÃO - A INFLUÊNCIA CHINESA NO OCIDENTE

                                             "Dinheiro perdido, nada perdido; Saúde perdida, muito perdido;                    Caráter perdido, tudo perdido." Provérbio Chinês



No ultimo dia 23 comemorou-se em todo o mundo a entrada do Ano Novo Chinês que será regido pelo signo do Dragão.País de cultura milenar a China vem caminhando a passos largos para se tornar a grande potência do século 21, seu poderio econômico tem chamado a atenção e grandes empresas procuram formar parcerias e fazer negócios colocando "os descendentes do dragão" no centro das atenções.

Mas a influência chinesa não se restringe ao seu poder financeiro,há muito que sua visão de mundo tem influenciando o ocidente na  medicina, astrologia, filosofia, alquimia.Vamos abordar um pouco esta visão e perceber como a forma mais "holística" de conceber a vida dos chineses pode nos ajudar a entender melhor o mundo que vivemos e a nós mesmos.






A tradição chinesa se baseia principalmente na observação da natureza e seus eventos, procurando desse contato buscar meios para viver em harmonia com a vida ao seu redor.Surge o conceito do Tao, o caminho da espontaneidade espiritual e que precisa ser vivido e sentido para então ser compreendido.

O tao se identifica com o absoluto  que se dividiu criando dois opostos  que se complementam, o Yin e o Yang. O Yang representa a energia masculina, a luz, o céu, paz, serenidade. O Yin representa a energia feminina, a terra, trevas, o calor e a conservação.

Observando a influência desta polaridade na natureza e nas quatro estações do ano desenvolveu-se um conceito que junto com o  Yin e Yang  seria uma das bases da Medicina Tradicional Chinesa, a teoria dos Cinco Elementos.



Entendidos com fases ou movimentos da energia Yin e Yang,os cinco elementos se dividem pelas quatro estações do ano (primavera,verão,outono e inverno) e procuram mostrar a importância do homem estar harmonizado com cada uma delas.

O primeiro elemento a Água, elemento Yin, está ligado ao inverno e ao rins e a bexiga.

O segundo elemento a Madeira, elemento Yang, está ligado a primavera e ao fígado e vesicula biliar.

O terceiro elemento o Fogo, elemento Yang, está ligado ao verão e ao coração e intestino delgado.

O quarto elemento a Terra, Yin e Yang em equilíbrio, está ligado ao final do verão e ao baço, pâncreas e estômago.

O quinto elemento o Metal, elemento Yin, está ligado ao outono e ao pulmão e o intestino grosso.

Os cinco trabalham de foma harmoniosa e em ciclos de criação e controle.O homem se valendo desta harmonia com os elementos e com a natureza encontra o ponto de equilíbrio para ter uma vida longa e sábia.

No Tarô existe uma profunda relação entre os cinco elementos e a carta 5 dos Arcanos Maiores, O Hierofante.



Representa em nós a busca da quintessência, do equilíbrio em todos os setores de nossa vida, o encontro com a nossa espiritualidade superior, a passagem para um novo estágio de desenvolvimento.Este despertar nos faz perceber a necessidade de aprofundarmos o conhecimento de nós mesmos e do universo que nos cerca.

sexta-feira, 13 de janeiro de 2012

BBB 12 - O REALITY SHOW E AS LEMBRANÇAS DE 1984

             
                   " A massa mantém a marca, a marca mantém a mídia e a mídia controla a massa."
               George Orwell




Esta semana iniciou-se mais uma temporada do reality show Big Brother Brasil(BBB) apresentado pela Rede Globo  de Televisão tanto na tv aberta como no pay-per-wiew.Vale ainda lembrar que o programa pertence a produtora de televisão Endemol e e desde 2002 ocorre sua versão brasileira.


Como também sabemos o seu formato se baseia no confinamento de um grupo de pessoas escolhidas entre as milhares que se candidataram com a expectativa de ganhar o grande prêmio oferecido ao vencedor ou pelo menos ganhar o status e a fama de ser um "BBB".Controlados por câmeras 24 horas e sem nenhum contato com o mundo exterior,tendo apenas um único elo de contato que é o Big Broher(Grande Irmão) na figura do apresentador Pedro Bial.


O BBB passou por diversas fases desde a sua primeira edição mas a sua estrutura básica se mantém.Temos o líder que se renova a cada semana e ele além de ter algumas mordomias indica alguém para o paredão,este muito temido devido o perigo da eliminação.
Temos o confessionário onde cada um vota em dos participantes para ser eliminado da casa  e não podemos esquecer do anjo, participante que normalmente livra alguém do fatidico paredão.Faltou falar dos conchavos, panelinhas, intrigas que surgem no decorrer do jogo.


Interessante notar que toda a estrutura do programa se baseia no famoso livro 1984 de George Orwell.






Escrito em 1948 logo após o término da 2ª Guerra Mundial, 1984 era então uma visão futurista do mundo, um alerta de Orwell para as futuras gerações sobre os rumos que a nossa liberdade poderia tomar.
O livro nos apresenta um mundo divido em grandes blocos e a história se passa no megabloco chamado Oceania, mais especificamente na Pista de Pouso Número 1(Inglaterra).

O povo deste local vive sob a tirania do Ingsoc(O Partido) e seu líder sempre onipresente, Grande Irmão(Big Brother).Os membros do Partido formam a elite e são obrigados a seguir rigidas regras, controlados o tempo todo pelas teleletas, em todos os locais,trabalho, casa e assim por diante.

A verdade era alterada de acordo com os interesses do Partido através do Miniver(Ministério da Verdade) e o Grande Irmão cultuado como o grande salvador.Quem fosse pego infringindo as regras era torturado e enviado ao Quarto 101 onde com certeza iria passar os piores momentos de sua vida, um verdadeiro inferno, até confessar seus "crimes" e declarar seu amor pelo Grande Irmão, sendo reincorporado a sociedade devidamente "curado".

Seria um exercício muito interessante pensarmos neste mundo globalizado, digital que vivemos, até que ponto somos nós mesmos e qual o real papel que desempenhamos.Num cenário onde predominam Faces, Orkuts e tantas midias com as quais interagimos,qual é o nosso papel, produzimos um pensamento de real valor ou somos levados pela multidão.Buscamos nossas verdades ou fazemos como os participantes do BBB que seguem as regras do Bigh Brother esperando alcançar um prêmio por se degladiarem uns com os outros até sairem da casa "curados".

Dentro do Tarô uma carta que pode nos auxiliar é a de número 20, O JULGAMENTO.



Ao toque da trombeta de nossa "consciência superior" nos vemos diante da necessidade de renascermos da morte de nossos valores anteriores e interiores.Para obtermos sucesso em nossa jornada evolutiva precisamos aprender a desenvolver nossos próprios valores e não aqueles impostos por um programa, um canal de televisão ou de qualquer outra fonte. O novo mundo que se avizinha vai exigir de nós uma visão diferente da atual.Cabe a cada um decidir ouvir ou não o soar das trombetas.

quinta-feira, 5 de janeiro de 2012

O YULE E O NATAL - PARTE II (TEXTO ESPECIAL DE NOSSA PARCEIRA MIRIAM REGINA/RHAROMASY)




DO REI DO INVERNO AO PAPAI NOEL – A ORIGEM (in http://celta.zip.net/)



Algumas tribos celtas nutriam a crença de que ao tempo do Festejo de Yule surgia a exótica figura de um ser sobrenatural descrito como um homem de idade bem avançada, carregando um grande cajado de carvalho, expressando em seu rosto sempre um ar simpático, com vasta barba e cabelos tão brancos como a neve, que chegavam até o chão e confundiam-se com suas vestes. Ele tinha o poder mágico de entrar nas casas sem ser visto ou ouvido, onde chegava para dar presentes para as crianças.



Passaram os séculos e com o sincretismo religioso do cristianismo os costumes celtas serviram de base ao que hoje conhecemos como "Natal", com o Rei do Inverno tomando a forma do Papai Noel e o banquete de Yule se transformando na ceia tradicional natalina. Mais tarde, com surgimento do capitalismo, a troca de presentes acabou perdendo seu sentido original, transformando-se numa forma de  alavancar as vendas no comércio de grande redes lojistas, visando enormes lucros.



DESVIOS DO "ESPÍRITO DE NATAL"  - Hoje, poucos de nós conhecem a origem desta data ou recordam seu sentido cristianizado; a grande maioria encara o natal apenas como mais um feriado entre tantos que somente se distingue dos demais pelo consumismo desenfreado e outra oportunidade de cometer exageros no consumo de alimentos e bebidas.



Assim, em lugar de uma data de fraternidade, surge um tempo em que preferencialmente ocorrem casos variados de violência, acidentes de trânsito, internações inesperadas em hospitais e tudo mais de pior – uma prévia do coas que culmina no Carnaval.



Crianças e adolescentes, por sua vez, impulsionados pela mídia, aproveitam a data para pedirem a seus pais - de maneira canhestra e chantagista - presentes caros com marcas da "última moda", muitos deles produtos tanto inúteis quanto de gosto duvidoso. Nem se lembram de pedir carinho e demonstrar amor filial como deveria ser.



NATAL NOS TRÓPICOS – O Natal tradicional adquire ares destoantes nos países ao sul do Equador, que incorporam hábitos alimentares de tradição europeia que nada condizem com período da estação em que vivem, isto é, quando chega o solstício de inverno pelo hemisfério norte pelo sul surge o solstício do verão, trazendo consigo dias de temperatura elevada e propenso para comidas leves e não alimentos pesados, quentes e indigestos para a época como peru, pernil ou cabrito assados, frutas calóricas como castanhas, nozes, avelãs ou bebidas "quentes" como vinho tinto!!! Sem mencionar o gasto desenfreado pois a maioria dos alimentos da "ceia" são importados e caríssimos.



Agora, o  que há em vigor hoje em dia no Natal nem passa perto do que pregou Jesus Cristo em seus ensinamentos. Os cristãos deveriam, sim, aproveitar esta data para refletirem e voltar a pensar no que REALMENTE significa ser cristão bem como também. Já os neo-pagãos atentar para o que tem a ser resgatado a respeito desta data que possa contribuir para construção de uma sociedade mais sadia e fraterna. 




YULE – O CONCEITO




Enfrentando os rigores do inverno europeu, onde muitos encontram a morte pelas mãos da fome, doença ou mesmo ação de um frio implacável, surge para os celtas um fio de esperança de que tempos piores já passaram. Em poucas palavras, é o que representava, aos olhos bem treinados dos antigos celtas, o solstício do inverno - indicador dos ciclos naturais de que a estação invernal caminhava para seu fim e abria caminho para a chegada triunfal da Primavera.



Neste contexto, surgiam os festejos célticos de Yule ( pronuncia-se IU-UL), marcado por cerimônias por ocasião do advento do  solstício do inverno quando havia troca de presentes acompanhada da realização de um banquete comunal cheio de pompa e circunstancia. Como era o costume, tudo era enfeitado com elementos naturais tais como guirlandas de azevinho penduradas nas portas, tecidos de cores bem vivas eram usados nas decorações artesanais, fogueiras acesas por todos lados de modo a espantar a escuridão reinante do inverno e muita música alegre se ouvia para espantar qualquer sentimento funesto do coração.



Apesar de bem frugal, na prática os comensais realizados durante o festejo de Yule sem exagero surgiam como uma oportunidade para a grande maioria dos celtas desfrutar a melhor refeição que já tiveram condição de usufruir desde o início do inverno e assim permaneceria ela até a chegada da primavera. Sim, por que o fato é que, apesar de modesta, esta ceia assumia ares de verdadeiro banquete pela situação reinante de escassez típica do inverno e pela qualidade dos alimentos postos à mesa já que as melhores carnes e conservas bem como também um vinho das amoras de outono (colhidas em agosto ao tempo do Festejo de Lughnassa ) - eram guardados com um cuidado todo especial durante todo o inverno, significa dizer de outra maneira que no banquete celebrado por conta do Festejo de Yule estava sendo servida uma comida que além de ser de alta qualidade e extremamente saborosa também possuía um enorme valor calórico e nutritivo que dava uma verdadeira "revigorada" nos celtas e oferecia condições físicas para eles suportarem os rigores do resto da estação até a chegada da Primavera. A respeito da troca de presentes que era também realizada durante o Yule, é preciso salientar que tais presentes eram feitos artesanalmente (utilizando um pedaço de tecido, uma tira de couro curtido, sementes, objetos talhados na madeira, etc.), figurando como algo muito importante - acima de tudo - que quem desse tal "oferenda" tivesse desprendido certo grau de esforço considerável para confeccioná-lo e nutrisse a intenção de  com ele estreitar laços de amizade, amor ou mero respeito com outras pessoas à sua volta. Neste espírito também não era de todo incomum a oferta de algum bem de uso pessoal que revelasse possuir um valor sentimental considerável aos olhos do possuidor ou ainda detivesse uma grande importância no ofício que exercia. (algo como uma lança de um caçador, por exemplo, dada a ele antes por seu pai e utilizada em grandes aventuras). Assim, a troca de presentes no festejo de Yule circulava essencialmente em torno de bens a rigor sem nenhum valor econômico apreciável, nem passando pela cabeça deles algo tão impessoal quanto comprar um presente para depois dá-lo e tampouco quem recebia ligava para outra coisa além do que representava em carinho e consideração aquele gesto em tempos tão tenebrosos e sombrios quanto do inverno.