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terça-feira, 28 de junho de 2011

A MULHER : SIMBOLO DE NOSSO ENCONTRO COM O DIVINO

"A mulher é um efeito deslumbrante da natureza."
Arthur Schopenhauer, filósofo alemão do século XIX

Nos primórdios de nosso planeta dependiamos do que conseguiamos da terra e da natureza que nos cercava.Caçar,pescar e plantar eram atividades essências para nossa sobrevivência.Neste periodo a Mulher desempenhava papel de destaque,pois quando os homens saiam para caçar ficava ela responsável por guardar e proteger a aldeia e a todos ali sob sua responsabilidade.O fato de ser ela a garantir a perpetuação da espécie graças ao advento da maternidade deu-lhe um carater divino e um enorme respeito.Nossa interação com a natureza nos fez enxergar na mulher o simbolo desta energia de renovação,vitalidade,espiritualidade e elo de ligação com o Divino.
Para celeberar esta ligação com a natureza era comum realizarmos festas.Uma das mais importantes era ligada a chegada do verão,onde se comemoravam a colheita e a fertilidade dos campos,o nome desta festa era LITHA.

Fogueiras eram acesas com gravetos de abeto e carvalho,consideradas árvores sagradas e costumava-se pula-las para afastar as negatividades.Amuletos e talismãs era forjados e consagrados,alem de banhos e colheita de ervas consideras mágicas.Um periodo especial de nossa convivência com a natureza´,chamamos de Ritos Pagãos a forma como nos relacionavamos com o espiritual,o sagrado.
Contudo,corre rápido o carro da história e com o avançar dos séculos,fomos nos aprimorando e nos organizando.Chegamos ao mundo Greco-Romano onde a figura feminina perde muito da sua autoridade embora continue a ser vista com muito respeito.Em Roma vamos encontrar o culto a deusa Juna.
Júpiter e Juno, por Agostino Carracci, século XVI.

Esposa de Júpiter,era a rainha dos deuses.Em sua homenagem foi dado seu nome ao sexto mês do ano,junho.Era considerada protetora das mulheres,do casamento,do parto.As festas em sua homenagem eram chamadas de JUNÔNIAS,e com o tempo receberam o nome de JUNINAS.
Com a queda de Roma surge um novo poder representado pela Igreja Católica,onde a figura da mulher será colocada como responsável pelo pecado original e a nossa queda do paraiso.Não conseguindo evitar as festas juninas foram absorvidas pela festa em homenagem ao nascimento de João Batista,primo de Jesus.Manteve-se a estrutura da festa mas se retira todo seu caráter feminino.
As fogueiras que antes serviam como elemento purificador e de união com a natureza,servira de martirio para muitas mulheres que serão queimadas pelos mais diversos motivos.Perde-se assim uma parte de nosso elo com o Divino,nossa própria essência.
Dentro das 78 cartas do tarô,encontraremos varias que nos ligarão ao elemento feminino,a mulher.Uma em especial me chama a atenção.
A carta 2 dos arcanos maiores.
Conhecida por A SACERDOTISA ,mas também por A PAPISA.A carta nos mostra Ísis com o rosto coberto com um véu,verdadeira guardiã dos caminhos ocultos e do acesso ao conhecimento que nos recolocara em contato com nossa essência divina,nosso "eu superior".O rolo de papel que ela segura em uma das mãos mostra que este conhecimento esta aberto àqueles que se disponham buscá-lo.Qual critério?
Buscar a harmonia entre os aspectos positivos e negativos,o masculino e o feminimo,entre matéria e espírito.Só assim vamos fazer por merecer o grande prêmio que nos aguarda no final desta jornada.`
Ísis nos mostra que no decorrer de todo nosso processo de crescimento e busca a mulher tem um papel deveras importante.Durante séculos colocada a margem,chegou o momento de reassumir seu papel.

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